Thamara Duarte
Especial para o Bafafá Notícias
Ele nasceu em 1965, no pequeno sítio Açudes, nos arredores da cidade de Pombal. No final de 1980, veio morar na capital paraibana e iniciou uma profícua e referencial carreira artística.
Sertanejo e resiliente, Sebastião Formiga completa 60 anos com quase 4 décadas dedicadas à arte do circo, teatro, cinema e tv que é produzida na Paraíba e no Brasil.
Durante a Semana Santa deste ano de 2025, entre os dias 05 e 20 de abril, vai estar participando do elenco da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. No maior espetáculo épico do mundo, Sebastião Formiga dará vida a Nicodemus, o sacerdote do Palácio de Caifás. O convite partiu do diretor geral do espetáculo, Lúcio Lombardi. O ator paraibano já participou de um encontro com a equipe técnica (além do diretor geral Lúcio Lombardi estavam os assistentes Alberto Brigadeiro e André Dedeco), realizou um laboratório de formação do personagem e gravou todas as suas falas, na semana passada, num estúdio em Recife.
Formiga revela: Este é um momento especial na sua carreira. “Considero que é um presente divino, para marcar os meus 60 anos e, também, as incansáveis buscas, do fazer e do aprender, no mundo das artes”.
O espetáculo que traz a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo vai acontecer na Fazenda Nova, em Brejo Madre de Deus, com produção geral, direção de arte e figurino de Marina Pacheco. Jesus será interpretado por José Loreto e Maria por Leticia Sabatella.
SÁBADO, DIA 25, FORMIGA ESTÁ NA ENERGISA
Além de ator premiado, Sebastião Formiga é diretor, produtor e roteirista de teatro, circo, clown e cinema. Importantes obras (muitas delas autorais) na Paraíba e no Brasil fazem parte do seu portifólio. Na noite deste sábado, dia 25 de janeiro, o público vai conferir sua atuação em “Rio Vermelho”. O curta é dirigido por William Bezerra e tem a pré estreia programada para acontecer a partir das 18h30, na Sala Vladimir Carvalho, na Energisa.
Mas, a abertura tem convidados especiais. Na tela, estará sendo exibido “Querida Abayomi”. O filme é uma produção da Formiga Filmes, sendo dirigido e roteirizado por Sebastião Formiga.
Sensível e poético, sem perder o tom da denúncia dos horrores da escravidão, Sebastião Formiga traz à tona o passado do nosso ancestral povo negro. Na tela são vistos poemas de Castro Alves entrelaçados à confecção das bonecas abayomis. Os “presentes preciosos” eram produzidos nos Navios Negreiros, pelas mães. Elas confeccionavam os brinquedos com pedaços arrancados dos próprios tecidos das suas roupas, numa tentativa desesperada de acalmar o choro das crianças e impedir que os escravizadores os jogassem em alto-mar.
“Querida Abayomi”, no dizer do próprio Formiga, “é carta com endereço certo: o coração do Brasil”.
O curta é uma produção independente, da Formiga Filmes, e participou de alguns dos mais importantes Festivais de Cinema: da Paraíba e de outros estados.
É a primeira vez que se apresenta em João Pessoa e a expectativa do diretor é grande: “É um filme que fala de resistência e resiliência”. Com o “Querida Abayomi”, Sebastião Formiga realiza uma obra que mexe com as emoções, nunca esquecidas, do horror dos tempos da escravidão. Hoje, em pleno século XXI, a discriminação racial ainda persiste, reverberada num racismo estrutural e socialmente excludente.
O filme “Querida Abayomi” é um convite à reflexão sobre a resistência dos pretos e pretas. Os planos, os takes e as falas dos personagens permitem que o público (re)conheça a história ancestral e a beleza preciosa das abayomis. As bonecas, inclusive, continuam sendo cultuadas e fabricadas.
Na noite deste sábado, 25, o filme do diretor Sebastião Formiga quer tocar o coração da plateia e revelar uma história ancestral que permanece forte e profunda.
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